quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

(Em)Bri(a)gada


Não há quem não conheça as famigeradas brigadas da N10 pelas redondezas de Grândola. Mas aqui que ninguém nos ouve, não concordam que o efeito surpresa já deu o que tinha a dar?! É que instalar uma "operação stop" todos os dias nos mesmos locais... humm, estão à espera de apanhar quem ou o quê? É que os profissionais das lides ilegais, vulgo gatunos, já sabem por onde ir de forma a evitar uma paragem não programada.


Após ligeira reflexão instala-se em mim a desconfiança que apenas são detectados os incautelosos viajantes que por distracção ou pressa perpetram ligeiras infracções que resultam muitas vezes em coimas superiores aos lucros que advêm da viagem.


É frequente ouvir, nas muitas típicas tascas da região, o diálogo entre profissionais da camionagem "(...)vens do norte? Os gajos hoje estão donde(...)", "(...)Epá atão vou pela auto-estrada até Alcácer(...)". Mas mesmo os que não divisam os esquemas locais dos nossos rotundos agentes são normalmente alertados pelo típico sinal de luzes, que não é mais do que aviso à bandidagem "cuidado infractores, é melhor darem meia volta que a brigada anda aí...". É patriótico e camaradeiro mas não deixa de ser por si só um acto punível por lei.


Espirituoso é o facto dos fluorescentes meninos apenas solicitarem, amigavelmente, a paragem de viaturas comerciais; e posso orgulhar-me do facto de a minha viatura (ligeira de passageiros) nunca ter sido alvo de vistoria pelos referidos petizes. Ora flagiciosamente raciocinando, o que não constitui difícil exercício, e sabendo de antemão das suas[deles] preferências, não será problemático conjecturar a viatura ideal de devaneio...


Mesmo não sendo douto no novo código penal fico com a sensação que só os muito distraídos visitam o cativeiro.

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